SEGREDOS REVELADOS




E vens agora me dizer...
Se revelar...
Amas??...
Como assim,me amas...
Não percebes quão tarde se faz o momento??
...Mas que bobagem...oque estou dizendo?...
Sempre me soube, teu amor ...
Muito embora te negavas a revelar-me...
Já sabia-me, dona do teu amor...
Mas de fato ,não te quis ...
...Sublimei meu amor por ti.
E hoje meu querido...És um irmão,um grande amor...Um amigo.
Mas poderia ter sido...
...Perdeu-se no tempo...
No espaço infinito do teu querer...
Sério!!Lamento...
Mas chegas-te já muito tarde a esse encontro afinal.
Não posso precisar...Mas interpreto e comovo-me com teu tempo...
...Até mesmo com meu tempo...
Mas hoje meu caminho ,não cruza mais o teu caminhar...
Meu querer hoje transpassa tua emoção...
E não tenho por ti o desejo de outrora...
Te demoras...
Tua revelação,precisou de tempo demasiado para convencer-te do teu amor...
E eu...Eu sigo meu caminho...
Já liberto a muito do teu...
...Lamento por ti...
Mas anseio hoje por outros segredos ainda não revelados...
...Ainda mais uma vez...
...Espero o querer de outro bem...

FATALIDADE


Seu olhar percorrendo meu íntimo...
Foi desastroso ter-te sem possui-te.
E quando finalmente cheguei...Estava no meu retorno...
Muitos e muitos retornos aconteceram nesse vai e vem tão simples de nós dois...
Não sei ao certo...
Por certo por alguns momentos fomos um...
Tua respiração e a lua na minha cara...
Não sou capaz de raciocinar...
Quando em êxtase...
Sou mulher...
Sou pele...
Sou cheiro...
Dor e torpor no mesmo estar...
Entrando em meus mais íntimos segredos...
E nem te contei quem sou...
...Não tive tempo..
Não teria sido mesmo necessário .
Estava entregue ao momento...
Ocupada no meu próprio reencontro...
Encontro de feras..De amantes...
De eras...
Quando te quis...
Me fiz poesia ...
Muito embora sem dor...
Fiz-me verso e prosa...
Sons e palavras desconexos...Impossível saber que foi dito entre os sussurros...
Nossas bocas entre abertas...
Lamber-te e deliciar-me no perigo de amar-te...
...Recomponho-me...Não conseguia caminhar...Mas não poderia ficar...
Percebi então que nada se fazia indispensável...Apenas teu abraço...
Nos teus braços...
No teu amor mesmo sem saber-te merecedor...
Havias me devolvido meu próprio ser...
... basta-me isso...
A fatalidade do que sou capaz de ser...

PARAÍSO


Como podes ter sido assim, tão prematuro?...

Como pode que ainda hoje nos deixemos levar por tão pouco...

E das “astutas” mentiras que criamos, nenhuma é mais vil que a mentira da sedução...

Que tamanha necessidade de engrandecimento (falso) há na premissa de ser tão biológico... Tão animal?

Como pode no mundo, haverem seres tão infinitamente pobres?

Oque ganhas com tão estúpida atitude??

Acaso pensaste por um segundo em ser digno??

Bobagem... Quanta bobagem...

Colecionas corpos...

Momentos...

Ossos...

Como quem coleciona pedras, artefatos...

Imaginas-te grande colecionador por certo!

Não te resta nem a dignidade da verdade... Mas qual verdade qual...

Tuas ilusões são tão baratas que te perdes em tuas próprias bobagens...

Faz-me rir tamanha ingenuidade, a tua...

Julgas-te maior por isso???

Mais viril, quem sabe?...

Como podes amar e diminuir tanto, um sentimento que de tão nobre não cabe em ti?!

Subestimas o valor das grandes coisas... Como és pequeno... E agigantas-te em coro aos demais... Já tão iguais a ti.

...Faz-me rir...

Como podes ser assim tão mesquinho e perder a chance que o destino colocou-te aos pés... Ao alcance de tuas mãos...

Homem, quão infinitamente pequeno já te jaz...

...E pensar que não foste nada... E voltas a isto...

...Ao nada!